17.8.10

Não morra sem ver "Olhos Azuis" (Blue Eyed) de Jane Elliott

 

 

 

 

A professora e socióloga Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário de 1968 "The Eye of the Storm", em que aplicou um exercício de discriminação em uma sala de aula da terceira série, baseada na cor dos olhos das crianças.

 

Hoje aposentada, aplica workshops sobre racismo para adultos. "Olhos Azuis" (Blue Eyed) é a documentação de um desses workshops em que o exercício de discriminação pela cor dos olhos também foi aplicado. São exercícios para combater o racismo na sociedade norte-americana. De maneira exagerada, Jane mostra a universitários brancos as situações vividas pelas minorias nos Estados Unidos.

 

O objetivo do exercício é colocar pessoas de "olhos azuis" na pele de uma pessoa negra por um dia. Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.

 

Numa palestra com um auditório lotado, ela pergunta: "Se algum branco gostaria de receber o mesmo tratamento dados aos cidadãos negros em nossa sociedade, levante-se. (...) Ninguém se levantou. Isso deixa claro que vocês sabem o que está acontecendo. Vocês não querem isso para vocês. Quero saber por que, então, aceitam isso e permitem que aconteça com os outros."

 

Veja a primeira parte do documentàrio acima e depois continue assitindo o filme pelo Youtube.



28.2.10

Colocando o visual vintage no seu cotidiano": como fazer cabelos e penteados retrôs

Muitas pessoas me perguntam como faço os meus cabelos e, geralmente acreditam que eu passo horas no cabeleireiro. Na verdade, eu vejo alguns vídeos, fotos e acabo inventando alguns penteados. Sempre tenho em mãos, spray fixador, pente de dente fino, escova redonda bem grande, escova redonda pequena (para ajudar nos topetes), alguns acessórios como flores, lacinhos, lenços, tiaras e muitos, muitos grampos. Importante: não esqueça de levar alguns grampos na bolsa, nunca se sabe quando o penteado vai te deixar na mão mas, na maioria das vezes ele dura muito tempo. Ah! Um modelador daqueles tipo Baby Liss, pode ser bem útil também.


Também é uma maneira de mudar o visual e ousar um pouco. Por isso selecionei algumas fotos de cabelos e penteados que você pode apostar! Em duas etapas. Essa será a primeira. Inclusive, alguns vídeos ensinando de maneira bem prática como fazer alguns deles. Não é difícil, você pode tentar, se errar, não se desespere, prática é tudo, sem contar que você pode economizar muito não indo ao cabeleireiro. Arregace as mangas e faça você mesmo! Você poderá se surpreender com os resultados e ganhar um estilo único!

Visite! Strawberrykoi, Vintage Starlet e Super Kawaii Mamma.

8.2.10

Desejo Muderno Real





Donos de bonecas de silicone estão satisfeitos. Explicam que a mulher de verdade pode até se subter a cirurgias plásticas e colocar seios de silicone, mas a mulher toda siliconada não fala, não trai, nunca pede nada, não se divorcia, não atormenta, não tem doenças venéreas, jamais engravida muito menos tem TPM. Você nunca terá sogra pois ela não tem mãe, não bebe, não fuma e, além de tudo foi feita sob medida para você! Desse jeito não há competição!

Qualquer homem perfeitamente muderno poderia ficar anos a fio com uma boneca. Será que uma mulher ficaria anos com um boneco? Geralmente é o contrário, as mulheres fazem o homem real de boneco. A mulher vai se virando como pode: coloca um siliconizinho ali, um sutiã ajustável aqui, uma unha postiça acolá. Ele sempre acredita. Ele adora ser enganado. E, para o homem muderno nem sempre interessa o que é real.

Entre aqui e compre a sua mulher perfeita e seja eternamente feliz (literalmente falando).

Se você ainda não sabe se deve comprar ou não, Veja aqui o documentário "Love Me, Love My Doll" sobre a vida de um proprietário e entusiasta das mulheres de silicone.

2.2.10

O dia em que encontrei a mudernidade na Rua Augusta

Como mulher muderna que sou, sempre tentei seguir as melhores tendências das altas paneladas da sociedade. Então, me bandiei para Rua Augusta, o celeiro da mudernidade paulistana. O lugar onde todas as tribos (no sentido Rede Globo de Televisão da coisa) se encontram. Um lugar hype, hippie e puto ao mesmo tempo. O sonho de qualquer ser em transformação, por isso queria me sentir parte desse momento contemporâneo da minha cidade.


Mas já que essa experiência era tribal (no sentido Rede Globo de Televisão), resolvi realizar com outras mulheres. Resolvemos subir a partir do centro toda a Rua Augusta, observando o modo de agir das pessoas que se propuseram passar a noite de sua querida sexta-feira ali. E fiquei tentando refletir o porque que: pessoas ditas alternativamente mudernas, tretavam para a conquista de uma das sujas mesas de sujos botecos com cheiro de pernil frito em busca de uma fatídica cerveja Itaipava.


Antes de maiores reflexões, consegui observar isso de uma maneira nunca dante imaginada por mim: a partir de minhas amigas tribais. Enquanto eu seguia o caminho da roça rumo ao topo da Rua Augusta, as garotas da minha tribo apontavam seres e faziam comentários. Sim, seres até de outras tribos (no sentido Rede Globo de Televisão) e comentavam sobre os apontados. Assim, participando de tais comentários, me senti parte presente da mudernidade daquele local e, entendi porque depois tivemos que tretar para conquistar uma das sujas mesas de sujos botecos com cheiro de pernil frito em busca de uma fatídica cerveja Itaipava.


Uma vez fui conhecer uma cidade do interior. Quando era sexta-feira ou sábado, todos os hypes, hippies e putos da cidade ali se reuniam na praça da igreja e ficavam se apontando e fazendo comentários. Lição de Hoje: mulher muderna, não tenha medo de mudar os seus picos. Saiba que onde você estiver, a mudernidade estará com você em busca de uma treta para conquistar uma das sujas mesas de sujos botecos com cheiro de pernil frito em busca de uma fatídica cerveja Itaipava.

19.1.10

O dia em que contribui para a mudernidade.



Todos nós já fizemos coisas mudernas. Sim, nosso passado ou presente nos condena. Posso relatar de minha memorável vida episódios mudernéeeerrrrimos, mas existe um que toca com mais carinho o meu coração: Cigarro Lit. Escolho esse porque foi totalmente criado pela minha mente e de uma grande amiga minha Tati. Bem, dada as devidas apresentações vamos ao fato.

Quando eu estava no 2o. Colegial, atual 2o. Médio, uma professora de Administração, muderna até demais, chamada Dagmar, nome nada muderno, pediu para que os alunos criativos, como nós inventassemos um produto que ainda não existisse no mercado. Também era preciso fazer a propaganda, slogan, para o produto "vingar", essas coisas que facilitam a vida muderna. Mas o caso, é que a professora não se contentava com apenas a idéia do produto, a afável mulher, pediu para que construissimos o produto. O tal produto, deveria ser algo qua ainda não existisse no mercado, ou seja, algo que viria revolucionar o mercado de produtos criados para as nossas necessidades.

OK. Tendo isso em vista, começamos a pensar na possibilidade brilhante de criar uma necessidade. Óhhhh! Fomos espertas. Só que não era esperto era um namorado que eu tinha que fumava dois maços de cigarro por dia. Como eu só conseguia pensar naquilo, pensei em ser politicamente incorreta a faciliar a vida dele. Inventamos LIT, o cigarro que acende sozinho. Ai fizemos a música, imagina que está cantando Born to be Wild, agora veja a letra:

"Se você não pode (Get your motor runnin' dã, dãran, darãn, dã)
O cigarro largaaaar (Head out on the highway)
Largue o seu fósforo (Lookin' for adventure)
LIT é o cigarro que veio de ajudar (And whatever comes our way)
Mais barato venha economizar (Yeah Darlin' go make it happen)
É o cigarro com fogo também (Take the world in a love embrace)
Se o cigarro não consegue largar (Fire all of your guns at once)
Tente ser muderno meu beeeeemmmm! (And explode into space)

(ai vai pra parte lentinha... do final)

LIT é foooogggooooo! (Born to be Wiiiiild!)
LIT dá foooooogoooo! (Born to be Wiiiiild!)


Já tinhamos a música agora só faltava fazer o troço acender sozinho: trabalho para o namorado, aliás único fumante. Ai ele teve a linda idéia de raspar a pólvora de várias caixinhas de fósforos e fazer um "pózinho de pólvora", pra quê? Ué, pra colocar no lugar de quase metade do fumo de um dos cigarros. Era uma experiência e tanto! Ai pra fixar a pólvora na boquinha do cigarro, o cara colou com cola tenaz a pólvora. Resultado: depois de umas 500 horas luz de secagem, ficou lindo!!! E agora você deve estar peguntando, mas o produto não tinha que funcionar? Clarooooo!!! Então passamos aquela mossoroca dura no atrito da caixa de fósforos. O troço estourou, mas funcionou. Foi lindo e criativo. Só não sei se um ser humano fumante normal conseguiria fumar aquela criação.
Fizemos vários e colocamos no maço, gravamos a musiquinha, fizemos o slogan e o melhor: nosso produto funcionaaaaaaavaaa!!! ( Até certo ponto, claro, também, o povo queria o que? De qualquer maneira, estavámos revolucionando o mercado muderno.)

Até que chegou o dia de apresentarmos LIT para a sala. Maior suspense porque ninguém acreditava que o negócio acendia. Então, tínhamos um status social a zelar, pois fizemos o maior suspense em torno do fato. Quando do nada, eu, com a minha vida agitada, muderna, percebi que havia esquecido o produto em casa e, eu morava muito longe da escola. Putz! A Tati, minha companheira de criação, pegou trombose na hora, ficou com uma tromba ddddddeeeeeeeesse tamanho, queria me matar. Depois de tudo oq ue fizermosss! Droga! Não era justo... Ainda tivemos que colocar a musiquinha e a professora tirou um milhão de pontos da gente.

Foi nesse momento que percebi que não importa o quão criativo-muderno você seja, "você se olhá no espelho se sentir um grandesíssimo idiota, Saber que é humano, ridículo, limitado.E que só usa dez por cento de sua cabeça animal.E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial.E que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social" Valeu Raullllll! Aliás deveríamos ter tocado Raullll e não "Steppenwolf". Acho que fomos mudernas demais querendo induzir jovens inocentes pela facilitação de LIT, já que não precisavam mais comprar "fogo" e nem "pedir fogo", isso acabaria com uma geração de "você tem fogo?" e exterminar uma geração de álibis para "chegar junto". É, foi melhor esquecer LIT em casa mesmo.

6.11.09

Dever de Sonhar



"Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis."
Fernando Pessoa.

25.9.09

E.L.E.S.


Cada dia que passa esse mundo muderno me surpreende. Como é bom possuir a capacidade de ser uma mulher muderna. Ter um lugar onde possa escrever com liberdade sobre as inquietações que nos afligem. Não existe nada mais excitante. Essa vida muderna cotidiana parece uma injeção de adrenalina. Temos sede de conhecimento, capacidade de aprimorarmos nossas técnicas super revolucionárias, que tornam nossas vidas fáceis e rápidas. Nem todo mundo pode desfrutar das maravilhas do mundo muderno. O blog, o Orkut, o carro, o liquidificador. O que seríamos sem esses poderosos instrumentos de poder?

Sim, posso dizer aqui, com todo orgulho que sou uma mulher muderna. Obrigado Deuses Mudernos, por me proporcionarem nessa vida o privilégio e a honra de usufruir da maravilhas do mundo muderno!!!

P.S.: Deuses Mudernos, o "obrigado" e o "orgulho" só valem depois que o Orkut entrar e não dar mais pau no Twitter e, depois meu liquidificador muderno que pifou voltar a funcionar.

Sim, Deuses Mudernos, eu entendo. Aliás, a maior capacidade da mulher muderna é entender e não perguntar, afinal a resposta será sempre a mesma: - Não pode. É a regra.


Da última vez que sentei no chão de um shopping, veio uma mulher, segurança do local e me disse:
- Pode leventar.
- Por que?
- Não pode.
- Por que?
- É a regra.
- Por que?
- Porque "eles" não gostam.
Aterrorizada, sai de lá correndo, levantei em dois palitos afinal, quem eram "eles"? Seres alienígenas que dominaram a mente e o corpo daquela pobre mulher?

16.9.09

Qual filme?

Essa gente muderna, linda, rica, reunida. Quero dizer, outro patamar.
Que filme estariam assistindo?
Vote e comete:

A) A Coisa

B) Os Dois Filhos de Francisco

C) Crepúsculo

D) Feto Morto

E) O Vingador Tóxico ( The toxic avenger)

F) Rocky (Balboa)

15.9.09

Zóio-seco

Quando era criança comia melancia o dia todo. Nada acontecia.
Hoje, se eu comer um mísero pedacitos, morro de azia uns dias.
Quando era criança também não sentia frio. Só quando estava muito frio mesmo.
Nunca cansava. Só de noitinha, quando a mãe chamava pra tomar banho e jantar. Tombava às oito da noite. Quando o pai deixava, assitia a tv até mais tarde. Eu tinha o zóio-seco, ainda ficava na cama lendo, lendo. Às vezes a minha avó abria a porta, me via ainda de olhos abertos e falava:
- Vai dormir! Ô menina do zóio-seco!
Eu até fingia que estava dormindo. Só pra continuar a ler e, assim continuava lendo no escuro. Era boa a sensação medonha de ficar com o zóio-seco pra sempre.
Hoje não preciso mais de nada disso, mas também não quero mais ler à noite e nem comer melancia até cansar.
Já uso óculos e tenho azia.
Como é maravilhoso ser criança. Acreditar que a melhor coisa do mundo é ler no escuro. Dar absurdo valor para coisas simples. Dizem que quando a gente envelhece, a gente sente a vida como era na infância. Eu quero morrer bem velhinha.

Divas Mudernas: Carmem Miranda


 
  
  
  
  
"Acabamos de ler num de nossos jornais que Carmen Miranda irá para a Tupi com o ordenado de cinco contos mensais, além de várias garantias no contrato que firmou com essa estação. A sua estréia no microfone da PRG-3 será no próximo dia 1º de dezembro.
Cinco contos por mês! Adivinho perfeitamente a admiração dos leitores.
Então uma cantora de sambas no Brasil ganha cinco contos mensais? Cinco contos para se colocar diante de um microfone, durante duas ou três horas, e cantar uma dessas músicas simples, fáceis, populares, inventadas pelos malandros dos morros?
Pois é, leitor amigo, cinco contos!
Há por ai muito cantor de cousas clássicas, com vários anos de estudos em "Conservatórios", com diplomas vistosos, com todos os incidentes e acidentes de um curso dificílimo, que não ganha a terça parte desse ordenado, que vive de outras cousas, que luta desesperadamente pela vida.
Há por aí também muito musicista nas mesmas condições, com o mesmo diploma, as mesmas prerrogativas e os mesmos embaraços.
O rádio trouxe essa inovação e, sobretudo, esta revelação: o samba, a canção, o tango, o fox, a modinha têm um valor novo, imenso, desconcertante.
E não é apenas o valor pecuniário, o valor financeiro, o valor econômico. Possui também o valor da fama, da nomeada, da celebridade.
Quantas pessoas no Brasil têm a celebridade de Carmen Miranda? A celebridade e o ordenado?
E os cronistas a pedirem em suas crônicas a arte elevada, a arte pura, a beleza clássica, a intelectualidade, o saber, e não sei que mais, para a grandeza e a nobreza do nosso "broadcasting"! Engraçado, não é?" ("Revista da Semana", 28-11-1936, página 36, artigo de A.P.)

10.9.09

Do tijolo ao satélite: o muderno telefone celular



Desde quando o celular se tornou uma necessidade muderna, todos nos obrigamos a possuí-los. Quando ele era uma opção muderna muito cara, poucos possuiam e, os muderninhos que detinham o poder de carregar o celular, carregavam tops de linha tijolão preto ou cinza, bem escuro de preferência, ou seja mais discretos possível. Faz parte do muderno ser sutil e quase imperceptível.

Como o dono da fábrica de celulares se preocupa muito com a gente, então ele decidiu inventar outros tipos de aparelhos. Por fim, chegando hoje ao extremo ego da mudernidade. As pessoas tem celulares coloridos, como fotinhas e tudo mais. Todo mundo fica com aquele celular ali por perto esperando que alguém ligue, mas ninguém liga. Ninguém recebe ligação mas, principalmente, ninguem liga. Se recebe, na maioria das vezes é algum cobrador (hehehe). Ninguém liga mais pra ninguém. Fora que ligar pra celular é um tormento de caro!

Um aparelho descartável que tem o objetivo de ser um facilitador da comunicação, peca pela pela simbologia de individualizar. Ninguém se dialoga nessa individualização. Falta a essência para se comunicar, por isso o negócio é tão frio. Todo mundo tem o seu celular personalizado, mas na verdade, na sua verdadeira personalidade ninguém é Vivo, Claro ou Tim e , querendo ou não, você acaba passando pela personalidade desses qeridos homens que fizeram o aparelho "pensando em você, cliente querido". Sabemos que ele suga, suga as nossas emoções e, quando a gente chega em casa `a noite, somente "ele" recarrega as energias.

Geralmente, as pessoas se evitam. Não querem te encontrar. Você faz questão de não falar. Você não quer comentar, nem questionar, nem criticar, nem encontrar. Você não quer que comentem, que questionem, que critiquem, que te encontrem. Então, compra um telefone celular.

Começando com Ternura

A volta do Mundo Muderno






Voltei. E que assim seja.